Breve História da Esterilização à vapor

Desde os tempos mais remotos os estudiosos sabiam que havia seres “invisíveis” que causavam as doenças. Relata-se que há séculos Hipócrates (considerado o “pai da medicina”) usava água fervida para o controle de infecções em feridas, e que Galeno (notório cirurgião grego) fervia seus instrumentos antes de utilizá-los. Centenas de anos depois, Louis Pasteur descobriu que o calor matava os seres que ele denominava “germes” através da fervura da água acima do ponto de ebulição. Nesta época o pupilo de Pasteur, Charles Chamberland, desenvolveu o primeiro esterilizador à vapor, no qual era possível alcançar temperaturas acima de 120ºC. E assim surgiu a autoclave.

O esterilizador de Chamberland já continha conceitos muito similares aos das atuais autoclaves, tais como gerador de energia (para vaporização da água), válvula de segurança, válvula de descarga (para alívio da pressão interna) e travas. Mas é claro que algumas melhorias técnicas significativas ocorreram – e foram demandados pelos novos desafios da microbiologia – ao longo de mais de 100 anos. De sistema gravitacional evoluiu para equipamentos com bombeamento a vácuo, e os sistemas de controle passaram de eletromecânico para eletrônico analógico, até digital… Isso sem contar o design, claro!

Projeto esterilizador a vapor de Chamberland (extraído de http://brnskll.com/shares/a-brief-history-of-sterilization/)

Projeto esterilizador a vapor de Chamberland (extraído de http://brnskll.com/shares/a-brief-history-of-sterilization/)

A técnica de autoclavação é bastante simples, pois consiste em manter o material de interesse em contato com o vapor em uma temperatura elevada e constante por tempo suficiente para matar os micro-organismos patogênicos (causadores de doenças). É importante salientar que a água que gera este vapor deve ser purificada (p.ex. por osmose reversa), para minimizar o desgaste do equipamento à ação de sais (similar à maresia que afeta metais). O processo inclui ciclos de compressão e descompressão que variam conforme o tipo de material que se deseja esterilizar. Para produtos da área de saúde, por exemplo, a normativa a ser seguida é a NBR/ISO 17665:2010.

As atuais autoclaves são bastante difundidas, seja em indústrias, laboratórios, hospitais, clínicas, ou até salões de beleza e estúdios de tatuagem, mas não são a única forma de esterilização possível. No entanto, isto é assunto para outro post! Mas até lá, não “evapore” daqui, deixe seus comentários!

Até o próximo post!

Um grande abraço,

Luiz Fontes.

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